Hoje lembrei-me de ti...
Cheguei já de noite após uma semana de trabalho. O fim de semana iria ser passado em tua casa naquele outuno rigoroso.
Jantamos a mais deliciosa pizza bolonhesa do restaurante C. que não há em mais lado nenhum, acompanhada de um excelente vinho.
A conversa prazerosa não tinha fim à vista de tão agradável....
Brincadeiras , gargalhadas, elogios e bajulações. Um beijo... e outro... e mais outro...
"Anda, vou levar-te a um sítio giro!"
Subimos o elevador até ao último andar, depois as escadas para o terraço.
A porta custou a abrir. Sem pressas percebemos que até a vista do lado de dentro de uma porta de alumínio pode ser belíssima. Abraçaste-me e beijaste-me a nuca intensamente...
Finalmente. clique! Abriu.
A vista é fantástica! Muitas luzes! Consigo situar alguns pontos de destaque da cidade.
Silêncio... Brisa gelada...
Abraças-me e cruzas as mãos na minha barriga. Ouço-te o respirar. Fecho os olhos. Sinto-me na eternidade.
Sinto frio.
Viro-me para te abraçar, encolhendo-me dentro do teu casaco.
Um beijo... e outro... respiramos agora de forma mais intensa... deseeeeeejo...
"Vamos descer?"
Sussurras: "Não... prefiro aqui..."
Estremeço... silêncio... noite... frio... luxúria...
Esqueço o mundo. Fazes despertar em mim uma necessidade de fusão de almas.
Vamos para o chão. Sinto o calor das tuas mãos e o meu corpo a chamar-te intensamente.
(raios de botas de cano alto com atacadores até cima!)
A temperatura baixa arrefece o sangue que vem do interior em ebulição. Não sei de que tremo...
Os gemidos confundem-se com o vento...
De regresso a casa com a sensação que soube a pouco, pelo desconforto ou pela temperatura, talvez.
Conversamos, rimos, sonhamos. Nova eternidade...
Já é tarde.
A varanda do quarto tem a persiana completamente aberta.
"Repara. Daqui também se vê a ponte."
Senti-te novamente atrás de mim. Indicaste-me mais um ou outro sítio conhecido.
Adoro quando me abraças com carinho e me deixas a escolha do que se vai passar... Sorrio com os olhos semi cerrados e sinto-me grata pela sorte que tenho.
Viro a cara de lado e beijo-te o canto da boca languidamente.
Sinto o deslizar das tuas mãos. Quero virar-me. Não me deixas. hhhuuuummm...
A temperatura exterior já não arrefece o calor interno.
Concentro-me de olhos fechados em cada respirar.
Pele com pele.
Ponho as mãos no vidro e deixo-me guiar pelo instinto. Sublime loucura....